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Transtornos Alimentares: o que são, tipos mais comuns e caminhos para o tratamento



Transtornos alimentares não se limitam a dietas extremas ou a uma insatisfação com a imagem corporal. Eles são condições psiquiátricas complexas, que envolvem sofrimento intenso, risco físico real e comprometimento emocional significativo. Apesar de frequentemente romantizados ou mal compreendidos, esses transtornos precisam ser tratados com seriedade, responsabilidade e empatia.

Neste artigo, você vai entender o que são os transtornos alimentares, conhecer os principais tipos e saber quais são os caminhos possíveis para o cuidado e a recuperação.


O que são Transtornos Alimentares?


Transtornos alimentares são quadros definidos por alterações graves no comportamento alimentar, geralmente associados a uma preocupação excessiva com o peso, forma corporal e controle da alimentação. Essas condições vão muito além da aparência: refletem um conflito psíquico profundo, marcado por angústia, compulsão, culpa, isolamento e sofrimento.

Segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), essas condições podem comprometer o funcionamento social, profissional, emocional e físico da pessoa — e, em casos graves, levar a complicações clínicas severas, como desnutrição, arritmias cardíacas e até risco de morte.

Importante: não se trata de “frescura”, vaidade ou falta de força de vontade. São transtornos reais e exigem abordagem técnica e humanizada.


Quais são os principais transtornos alimentares?


Abaixo, os quadros mais comuns:


Anorexia Nervosa

Caracteriza-se por uma restrição alimentar severa, medo intenso de ganhar peso e distorção da imagem corporal. Mesmo estando abaixo do peso, a pessoa se enxerga “gorda” ou “inchada”. Há risco de desnutrição, perda muscular, alterações hormonais e complicações graves.


Bulimia Nervosa

Envolve episódios recorrentes de compulsão alimentar seguidos de comportamentos compensatórios inadequados, como vômitos autoinduzidos, uso excessivo de laxantes ou jejuns prolongados. Em geral, a pessoa mantém um peso dentro da normalidade, o que dificulta o reconhecimento do transtorno.


Transtorno de Compulsão Alimentar Periódica (TCAP)

A pessoa consome grandes quantidades de comida em um curto período, com a sensação de perda de controle, seguida por culpa intensa e vergonha. Não há comportamentos compensatórios, o que pode levar ao aumento de peso e quadros de obesidade associados à saúde mental fragilizada.


Outros transtornos alimentares

Existem ainda condições menos conhecidas, mas igualmente importantes:

  • Ortorexia: obsessão por comer de forma "saudável", com prejuízo social e emocional.

  • Vigorexia: obsessão por ganho de massa muscular e controle da composição corporal.

  • Pica e ruminação alimentar, mais comuns na infância ou em condições associadas ao neurodesenvolvimento.


Como identificar os sinais de alerta?

Os sinais podem variar, mas atenção a:

  • Dietas muito restritivas ou jejum frequente

  • Preocupação exagerada com calorias, peso ou “alimentos proibidos”

  • Medo ou culpa ao comer

  • Evitar refeições em público

  • Compulsões alimentares frequentes

  • Indícios de vômito induzido ou uso de laxantes

  • Isolamento, irritabilidade, ansiedade ou tristeza persistente

  • Queda de cabelo, tonturas, menstruação irregular, fadiga crônica


Como é feito o diagnóstico?


O diagnóstico deve ser feito por um médico psiquiatra, com base na história clínica, comportamento alimentar, sofrimento psíquico associado e possível presença de comorbidades (como ansiedade, depressão ou transtorno obsessivo-compulsivo).

Também é comum o envolvimento de uma equipe multidisciplinar, incluindo psicólogos, nutricionistas e, em alguns casos, endocrinologistas ou clínicos, para avaliação do estado físico.

Não há um único exame para “confirmar” o transtorno — o mais importante é uma escuta qualificada e livre de julgamentos.


Quais são os tratamentos indicados?


O tratamento dos transtornos alimentares deve ser individualizado e interdisciplinar, sempre respeitando o estágio clínico do paciente e sua disposição para o cuidado.

As principais abordagens incluem:

  • Acompanhamento psiquiátrico: essencial para o diagnóstico, manejo de comorbidades e, quando necessário, uso de medicação.

  • Psicoterapia: especialmente a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), terapia familiar e abordagens psicodinâmicas.

  • Acompanhamento nutricional especializado, com plano alimentar ajustado à realidade clínica e emocional do paciente.

  • Intervenção intensiva ou internação nos casos graves, com risco nutricional ou suicida.

O acolhimento da família e a criação de um espaço seguro são elementos fundamentais para a recuperação.


O impacto social e emocional dos transtornos alimentares


Vivemos em uma cultura que reforça padrões estéticos irreais, associando valor pessoal à aparência física. As redes sociais, dietas da moda e discursos moralizantes sobre comida contribuem para a culpabilização e o adoecimento silencioso de muitas pessoas — especialmente mulheres, adolescentes e jovens adultos.

Por isso, o tratamento precisa ir além da comida: envolve reconstruir autoestima, autonomia, identidade e relação com o próprio corpo.


Transtornos alimentares são graves, mas tratáveis. Quanto mais cedo forem identificados e abordados com cuidado profissional, maior a chance de recuperação e retomada do bem-estar físico e emocional.

A Dra. Anlles Viana oferece acompanhamento psiquiátrico responsável, humano e baseado em evidências, com foco em respeitar a singularidade de cada paciente e promover um tratamento integrado e eficaz.

Se você ou alguém próximo apresenta sinais de sofrimento relacionados à alimentação ou à autoimagem, não hesite em buscar ajuda. O cuidado começa com a escuta.

 
 
 

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© 2024 por Dra.Anlles Viana Santos.

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